sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Crianças de até 5 anos participam de atividades sobre discriminação racial



O tema Consciência Negra foi abordado de uma forma bem lúdica na UMEI Aarão Reis pela escritora Madu Costa. Durante toda a manhã, mais de 100 crianças de seis meses a cinco anos ouviram histórias e cantaram cantigas que falavam desta temática. A iniciativa faz parte do plano de ação desenvolvido por três professoras, pós-graduandas em História da África, pela UFMG.

Madu Costa é professora da Rede Municipal de Ensino e tem 5 livros publicados. “Chama-me muito a atenção a falta de representação das crianças negras nos textos e nas ilustrações. É como se o negro fosse invisível. As crianças negras não se identificam na TV, nos livros, nas revistas, enfim na mídia. O negro é percebido, dentro deste universo midiático, como marginal, como subalterno, como favelado. A conseqüência disto é a negação. Ninguém que ser negro.” Madu Costa enfatizou que a Lei 10.693, que institui a obrigatoriedade da história da África nas escolas de Ensino Fundamental, foi um grande impulso para a mudança. “A mudança da negação para a afirmação requer uma atitude radical. Esta atitude está no campo da individualidade, mas a mudança também passa pelo coletivo e é aqui, na infância, que começamos a transformar esta realidade”.

Desde o ano passado as professoras Edilene Lopes, Maria Aparecida Castro e Idelsa Alves do Carmo Cardoso participam do curso de Pós Graduação na UFMG e decidiram elaborar um projeto único para a escola.

Inicialmente foi identificada a necessidade de trabalhar a formação no corpo docente. “Fizemos uma pesquisa com os profissionais para testar o conhecimento deles sobre a aplicabilidade da Lei 10.639/03 e constatamos o desconhecimento por parte dos educadores. A partir daí desenvolvemos um plano de ação que pudesse fomentar as discussões sobre as relações étnicos raciais dentro da escola”, afirmou Edilene Lopes. A partir daí, foi feito um levantamento de todo o material sobre o assunto que já existia na escola. A este material foi dado maior visibilidade como incentivo para utilização. Também foram feitos cartazes com várias crianças de uma só raça e outros com crianças de todas as raças para que as crianças pudessem fazer um comparativo.


 A escola adotou como mascote uma boneca negra que recebeu o nome de Luanda, por meio de votação dos alunos, professores e familiares. A escolha do nome foi baseada no livro As Meninas Negras, de Madu, Costa. Para envolver as famílias, a professora Maria Aparecida conta como foi a estratégia. “Mandamos a Luanda para casa dos alunos como convidada. As famílias têm que fazer um registro no diário da boneca e contar como foi esta visita. O resultado tem sido muito interessante”. O projeto ainda está em andamento deve ser finalizado no final do ano.



FONTE : Gerência Regional de Comunicação Social Norte (GERCOM-N)

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns as pós-graduandas em História da Africa, Cida, minha esposa querida, Edilene e Idéosa.
Vocês merecem pela dedicação que tem dado a esta pós.
Ormeu Soares