quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Diversidade étnico-cultural é tema de seminário na Educação Infantil

Com o tema Trabalhando a Diversidade na Educação Infantil, a Umei Heliópolis promoveu o III Seminário da Educação Infantil. O encontro reuniu cerca de 90 educadores no sábado, dia 3, e apresentou uma mostra do trabalho desenvolvido nas Umeis Heliópolis, Jardim Guanabara e São Bernardo.



O evento teve como objetivos proporcionar uma formação para os educadores e propiciar a construção do conhecimento por meio da troca de experiências. De acordo com o diretor da Umei Heliópolis e organizador do encontro, professor Leonardo Bianchet, o desafio dos educadores é estar atentos para as diferenças e ter o conhecimento necessário para trabalhar com estas diferenças. “O professor deve atentar para a necessidade de valorização da individualidade de cada criança, seu aspecto físico, emocional, suas particularidades”.


Educadoras da Umeis Heliópolis, São Bernardo e Jardim Guanabara apresentaram as atividades desenvolvidas com as crianças nas unidades por meio de comunicação oral e de exposição de trabalhos. A Umei Heliópolis apresentou os projetos Encontro: possibilidade na diversidade; Conte á que eu conto cá, e Meu cabelo é diferente do seu. A Umei São Bernardo trouxe o projeto Interação adulto e criança no resgate das manifestações populares, e a Umei Jardim Guanabara o tema A diversidade das interações no ambiente escolar.



Para a diretora da Umei Aarão Reis, Vania Carlota, o tema é muito pertinente. Para ela as apresentações foram muito ricas e a palavra diversidade esteve no contexto geral dentro de tudo que foi apresentado. “Todas as linguagens estão dentro dos projetos de maneira clara e objetiva representando uma soma de forças de conhecimento.”



A mesa redonda começou com a gerente de Articulação da Política Educacional, Rosa Vani Pereira, que fez um resgate histórico da implantação da política de diversidade étnico cultural no País. A criação do Núcleo de Relações Étnico-raciais e de Gênero da Secretaria Municipal de Educação em BH tem como objetivo estabelecer uma política educacional que possibilite a valorização da diversidade e a superação das desigualdades. Rosa Vani explicou que é natural as crianças estranharem as diferenças, mas cabe ao educador fazer com que este estranhamento não evolua para o preconceito, para a discriminação. “Nosso papel é fazer intervenções positivas e formadoras. Combater ações e atitudes discriminatórias vai ajudar a formar mais pessoas do bem. Mais do que um compromisso pedagógico, é um compromisso com o cidadão”, afirmou.



A professora Mara Evaristo destacou a importância de trabalhar o tema diversidade com os professores que atuam na Educação Infantil, em sua palestra A Diversidade pelo olhar da criança. De acordo com a técnica do Programa Família Escola e representante do Comitê de Mobilização Social pela Educação, aos 2 anos as crianças tornam-se cada vez mais cientes do gênero e sentem curiosidade pela cor da pele, cor e textura dos cabelos, entre outros atributos físicos. Aos 5, começam a construir uma identidade étnica do grupo, assim como uma identidade visual. Percebem melhor a escala de diferenças e similaridades entre grupos raciais e étnicos e podem começar a compreender valores raciais. O orgulho cultural começa a surgir entre os 6 e 8 anos de idade, e nesta fase é possível atuar para que a criança tenha uma imagem positiva de si mesma.

Para Mara Evaristo, os profissionais da Educação Infantil trabalham com as crianças na fase mais rica de conhecimento do mundo, é quando elas estão abertas à convivência. “Não se pode banalizar as atitudes das crianças. Toda e qualquer manifestação de discriminação deve ter uma intervenção pedagógica. Temos que nos perguntar quais as práticas que legitimam os comportamentos de discriminação entre as crianças”. Para a professora Mara é necessário estar atento às mensagens subliminares que os educadores estão passando ao permitir que um aluno desrespeite o outro. “Não pode ser natural ser discriminado tão pouco descriminalizar o outro”, concluiu.


Para finalizar, a professora destacou ações positivas que devem fazer parte do cotidiano da comunidade escolar como certificar-se de que os pôsteres em salas de aulas reflitam a diversidade existente na sociedade, evitar ter somente uma ou duas representações de grupos e variar os papéis – não incentivar os meninos só pelos feitos e as meninas só pela beleza. Mara afirma ainda que é importante responder a todas as perguntas sobre as diferenças humanas , não minimizar nem fingir não ver as diferenças. “Identificar as diferenças não é problema, mas submetê-las à hierarquia de valor, sim, “ concluiu.


Confira as fotos do evento

 



FONTE : Gerência Regional de Comunicação Social Norte  (GERCOM-N)

Um comentário:

Anônimo disse...

Post deveras interessante aqui, textos assim dão vida a quem observar neste espaço :)
Dá muito mais do teu blog, a todos os teus amigos.