A peça
“Quando eu vim para um Belo Horizonte” é uma peça realizada pelo grupo “O teatro entre elas” que apresenta a síntese da vivência das integrantes da oficina, que são donas de casa e atuam sua própria história na peça.
O espetáculo tem inicio na infância dessas mulheres, vivida em cidades do interior do estado, em meio às brincadeiras com bonecas de pano, petecas de bananeira, bolas de meia e também o trabalho infantil, presente nas lembranças de todas elas.
São narradas também as expectativas da adolescência, de conseguir um marido e mudar de vida. É relatado também o contraste entre o sonho e a realidade, uma delas decide se mudar para a capital para fugir da violência domestica que sofria. A perspectiva de futuro ao abandonar sua casa era: “Pior que está não pode ficar”.
“Quando eu, sozinha, me mudei para Belo Horizonte”, foi um tema proposto em 2012 pela professora italiana Anita Mosca, que desafiou as participantes a improvisar cenas contando suas histórias. A sua maioria saiu de sua terra natal rumo a Capital Mineira para buscar emprego, fugir da violência doméstica que sofriam dos maridos e em alguns casos, para cuidar da saúde ou acompanhar a família.
Ficha Técnica
Elenco/ Personagem
Adeguimar de Jesus – Criança da boneca e da vassoura; Moça tímida; Mulher da fila da lata (1), Adeguimar não pode estar presente na apresentação do dia 16, foi representada por Fernanda que é integrante da equipe Casa do Beco
Cruzelina de Oliveira – Criança da boneca e da cozinha; Moça assanhada; Filho da dona Cotinha; Mulher da Fila da lata (6)
Du Carmo Fernandes - Criança da bola e da bacia; Moça do vestido com etiqueta; Bandido do Morro; Mulher da Fila da lata (4)
Geralda Santana – Criança da peteca; Moça do vestido indiano; Dona Cotinha
Lina Silva – Criança da boneca e da lenha; Moça do vestido com babadinho; Filha da dona Cotinha; Mulher da Fila da lata (5)
Maria Geralda de Paula – Criança da panelinha e da lata d’água; Moça do vestido vermelho; Mulher da Fila da lata (2)
Rosário Abreu – Criança do livro e filha do fazendeiro; Dona da festa; Filhinha da dona Cotinha; Mulher da Fila da lata (7)
Diretor e “roteirista” da peça: Nil César
Assistente de Direçãom, Monitoria das oficinas e Contrarregra: Fernanda Carvalho
Direção Musical e preparação vocal através das técnicas do canto terapia (Escola “Desvendar da voz”): Liliane Alves
Cenografia, cenário e figurino: Equipe da Casa do Beco
Assessoria de cenário, figurino e adereço: Mozart Vidigal
Assessoria de figurino: Luana Jardim
Criação de luz: Doni Oliveira
Cenotécnico: Nilson Alves
Produção: Maísa da Silva
Oficina de interpretação, improvisação e criação de cenas (2011/2012): Anita Mosca
Professor de interpretação, improvisação, e criação de cenas (2011/2013/2014): Nil César
Técnico de som e luz: Doni Oliveira
Costureira: Maria Otone Gomes
Arte dos painéis de madeira: Joel Coimbra
Fotos para o programa e para imprensa; arte das fotos que compõem o cenário da peça: Roberth Michael
Designer Gráfico: Giovanni Damásio / Agência Cognitiva
Oficina “O teatro entre elas”
O grupo “O teatro entre elas” não tem o intuito de formar atrizes, o projeto tem como objetivo proporcionar um espaço de interação em que as integrantes possam falar dos acontecimentos de suas vidas de maneira improvisada e teatral, trazendo um novo brilho para suas vidas. O processo coletivo proporciona as mulheres do Morro do Papagaio e do Alto Vera Cruz, sair da rotina e encontrar naquele espaço um momento de socialização e afeto.
A oficina teve inicio em 2011 no CRAS Vila Santa Rita de Cássia como forma de “terapia ocupacional”. Nesse período o professor Nil César trabalhou com a temática “Família suas felicidades e seus conflitos”, contando histórias como a da realização do sonho de casar, a felicidade de ser mãe e avó, a luta diária para conseguir manter a família devida às condições econômicas e a construção de sua moradia.
Após um ano e meio de realização do projeto no CRAS, por desacordo de horários e de disponibilização do espaço em um tempo necessário para o ensaio, o grupo passou a utilizar a Casa do Beco, localizada aos pés do Morro do Papagaio/ Aglomerado Santa Lucia, para realizar os seus ensaios.
O Diretor e roteirista da peça Nil César se sente privilegiado por conviver com a confiança de guerreiras que se entregam ao processo criativo do trabalho artístico e social. Segundo o diretor “mais que um ensaio, nosso encontro é o chá que a avó oferece ao receber seus netos, o almoço especial que a mãe dá para os filhos que já se mudaram do ninho materno. Agradeço diariamente às mães, às avós, às amigas, às confidentes que ganhei nessa oficina. Têm todo o meu respeito!”.
A Casa do Beco
A Casa do Beco é um espaço adquirido pelo Grupo do Beco e existe desde 2003. Está localizada aos pés do Morro do Papagaio/ Aglomerado Santa Lucia, na região Centro Sul de Belo Horizonte, na Av. Arthur Bernardes, 3876 – Barragem Santa Lúcia –Belo Horizonte/MG.
O espaço surgiu a partir do trabalho artístico do Grupo do Beco, criado em 1995, que trabalha com o foco nas pesquisas do cotidiano do morador da favela. Buscando retratar em suas atividades a realidade dessas pessoas, colocando em debate os estereótipos de violência e os estigmas da miséria.
A instituição tornou-se um Ponto de Cultura referenciado pela Secretaria do Estado de Cultura de Minas Gerais, em 2010, através do convênio com o Governo Federal, pelo programa Cultura Viva do Ministério da Cultura. Seu principal objetivo é promover o desenvolvimento humano e a transformação social, utilizando como ferramentas atividades artística, especialmente o teatro.
Em comemoração aos seus 20 anos de trajetória O Grupo do Beco tem realizado apresentações em diversos espaços culturais da cidade, apresentando espetáculos teatrais e de dança. O espetáculo “Quando eu vim para um Belo Horizonte” desde sua estreia em agosto de 2014 já foi assistida por mais de 600 pessoas.
A Casa do Beco aos poucos vai agregando maiores recursos e conquistando patrocinadores que auxiliam no desenvolvimento e na criação de novos trabalhos, estimulando através de suas atividades artísticas o protagonismo dos moradores e a transformação social.
FONTE: Gerência Regional de Comunicação Social Norte (GERCOM-N).
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