segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Fórum debate mediação de conflitos nas escolas

Para falar sobre o tema Mediação de Conflitos Infanto-juvenis: reatando vínculos e valores, o Fórum de Atenção à Criança e ao Adolescente convidou a coordenadora metodológica do Projeto Mediar, da Polícia Civil de MG, e doutoranda em Sociologia, Adriana Costa. O encontro aconteceu na quinta-feira, dia 28, no auditório da Regional Norte. O Fórum é realizado mensalmente, sempre na última quinta-feira do mês, com profissionais de diversas áreas de atuação com o objetivo de fortalecer uma rede proteção às crianças e aos adolescentes. Neste ano, o fórum priorizou temas relativos ao Estatuto da Criança e Adolescente que está completando 20 anos.

Adriana Costa enfatizou a importância de tratar de mediação de conflitos no ambiente escolar tendo em vista a multiplicidade de personalidades e características que convivem diariamente em um mesmo espaço. Para a socióloga, a escola representa um espaço no qual os conflitos surgem com maior freqüência, sendo, portanto uma instituição adequada para trabalhar a prevenção. “Para a construção de uma cultura de paz é necessário uma atuação conjunta da sociedade, família, escola e Estado. A família é a primeira instância de socialização. Se a questão da paz não é trabalhada na família, os conflitos chegarão à escola. E se a escola não der conta de mediar estas questões de forma adequada, certamente, este indivíduo chegará ao sistema repressor. E a sociedade continuará a alimentar este ciclo, pois a re-socialização é um processo muito difícil”, afirmou.



Dentro deste contexto, a socióloga destacou a importância do papel do educador na formação desta cultura de paz aproveitando cada episódio para estimular o crescimento e a mudança. Para ela o papel do professor é fundamental na tentativa de transformação do modelo de vivência que a criança traz de casa, dando bons exemplos de conduta, respeitando posições e ensinando a tolerância. “Daí a necessidade de reativar valores e vínculos com a sociedade, ensinando e aprendendo a não agredir o semelhante, a comunicar-se, a interagir. Também é preciso saber decidir em grupo, cuidar de si e do entorno, e, sobretudo, valorizar o saber social”, explicou.

Claudia Fernandes, vice-diretora da Escola Municipal Tristão da Cunha, afirmou que é preciso pensar em formas de fortalecer as famílias e de conscientizá-las sobre a necessidade de atuar em conjunto com as instituições educacionais. De acordo com a vice-diretora, as famílias estão delegando às escolas a tarefa de educar os seus filhos e isto não é possível.

Adriana Costa destacou a complexidade dos problemas sociais não sendo possível apontar uma única causa para a ocorrência dos mesmos, ainda que reconheça que a família seja o eixo norteador da conduta do indivíduo, cuja ausência não poderia ocorrer em nenhuma fase da formação deste indivíduo. Para finalizar, propôs desenvolver um trabalho de mediação escolar, nos moldes do projeto implantado no Rio de Janeiro que tem se revelado hábil na prevenção da violência na escola.


FONTE : Gerência Regional de Comunicação Social Norte(GERCOM-N)

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