terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Programa Vila Viva vai mudar a realidade das vilas São Tomaz e Aeroporto


As intervenções feitas pelo programa Vila Viva nas vilas São Tomaz e Aeroporto, coordenadas pela Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel), apresentam seus primeiros resultados positivos. Centenas de famílias que sempre sofriam com inundações de suas moradias, escaparam nas últimas chuvas deste triste drama em razão das remoções que vem sendo feitas pela Prefeitura de Belo Horizonte no local. Desde o início das intervenções em 2010, já foram retirados 708 domicílios situados na mancha de inundação do Ribeirão Pampulha, que separa as duas vilas, sendo 503 na Vila São Tomaz e 205 na Vila Aeroporto, sendo que 510 famílias já se mudaram e os imóveis foram liberados para demolição. Para a execução das obras está prevista a remoção de mais de 1.230 domicílios nas duas vilas.

Não é por acaso que durante a forte chuva de 15 de dezembro do ano passado o número de residências inundadas foi menor do que em anos anteriores. Segundo o pedreiro aposentado João Alves da Silva, que há 44 anos reside na vila São Tomaz, o programa Vila Viva vai melhorar o local. “O programa já tirou e vai tirar ainda mais gente do risco. Quando a água subir e sair do leito, vai extravazar para a área desocupada sem encontrar casas para inundar”, explicou. O pedreiro sabe do que fala. Há nove anos participa do Núcleo de Defesa Civil da comunidade e a família dele se protege das enchentes colocando os móveis e eletrodomésticos em um cômodo na parte superior da casa.

João Silva, que também está prestes a ser removido, garantiu que a maioria dos moradores aprova as obras. Além do risco das enchentes, os moradores se afligem com outros problemas, como o lixo e o esgoto jogados no córrego, o que provoca mau cheiro e risco de doenças, as habitações precárias e insalubres, e os becos apertados que dificultam o acesso.

Mudança da paisagem

De acordo com a coordenadora do programa, a engenheira Patrícia de Castro Batista, o Vila Viva vai melhorar a paisagem do lugar. Segundo ela, o alargamento de vias, a transformação de becos em ruas veiculares e a construção de uma nova ponte ligando as duas vilas, vai aumentar a acessibilidade dos moradores. “O risco de inundação será minimizado, o saneamento será universalizado e o padrão habitacional vai se tornar bem melhor com o reassentamento nos apartamentos”, completou. Também está previsto a implantação de equipamentos públicos como uma Unidade Municipal de Ensino Infantil (Umei), um Centro BH Cidadania e um sacolão da rede Abastecer.

Ações de geração de renda

Além das obras, o programa também inclui ações de geração de trabalho e renda. A renda média das famílias das vilas São Tomaz e Aeroporto é de 2,5 salários mínimos. Algumas sobrevivem ou completam o orçamento doméstico com pequenos negócios como lojinhas, bares, salão de beleza e costura, entre outros. Segundo a geógrafa e técnica social Gardânia Jorge, foi feito um levantamento de demanda de qualificação profissional para famílias com este perfil. As áreas de maior interesse foram de informática, construção civil e costura. “Agora estamos na fase de elaboração dos cursos”, explicou.

O diretor presidente da Urbel, Claudius Vinicius Leite Pereira, informou que o Vila Viva São Tomaz/Aeroporto beneficiará mais quatro mil famílias, com investimentos de R$ 60,4 milhões financiados pelo Governo Federal, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Pro-Moradia, com contrapartida de 5% do município. “É um orgulho para a Urbel e para a Prefeitura as intervenções do Vila Vila neste aglomerado. As intervenções sinalizam a esperança de melhores condições de vida, dignidade e cidadania”, enfatizou.

Recuperação ambiental

Hoje o leito e a várzea do Ribeirão Pampulha estão poluídos por lixo, esgoto, entulho e presença de moradias. O Vila Viva também vai solucionar este problema, com a participação da população. As margens, em uma extensão de cerca de mil metros, serão renaturalizadas. A área natural de inundação, que varia de 30 a 200 metros, será desocupada e transformada em um parque com a mata ciliar recuperada, podendo ser usado pela população na estiagem e no período de chuva, servindo para receber o volume de água que extravazar do leito.

Os moradores vão ganhar uma pista de caminhada, uma quadra poliesportiva e o campo de futebol da vila Aeroporto será reformado. Em alguns locais serão feitos grandes aterros para a edificação de residenciais. Em parceria com a Copasa será implantado receptor de esgoto domiciliar, o que contribuirá na despoluição do Ribeirão Pampulha.

Outra ação em curso é o trabalho de educação ambiental, tanto com os moradores quanto com cerca de 20 carroceiros da Vila São Tomaz, para evitar lançamento de lixo e entulho no córrego. Também estão sendo construídas baias provisórias para retirar os animais dos currais que ficam na beira do ribeirão. Futuramente, na mesma vila, será implantada uma Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes (URPV) para resíduos e entulhos. “Vamos formar uma equipe capacitada em jardinagem, para implantação do viveiro escola que fornecerá mudas ornamentais para o parque e para os jardins dos condomínios”, explicou Márcio Gibram, responsável pelo eixo de educação ambiental, reforçando a participação dos moradores no processo de recuperação ambiental.




FONTE : Assessorial de Comunicação Social do Município - ASCOM

Nenhum comentário: