Quem foi ao Centro de Saúde Novo Aarão Reis nesta última
quinta-feira, 13, foi surpreendido com o grande número de mães e bebês
que estavam no local. Com sorrisos largos, as mulheres ostentavam,
radiantes, seus filhos brincalhões nos braços. A aglomeração naquele
local era facilmente explicado: uma homenagem dos funcionários da
unidade de saúde às mães que, solidariamente, ajudam a salvar as vidas
de muitas crianças com a doação de leite materno.
De acordo com a médica de Saúde da Família e Comunidade, Leda Maria
Mendes de Souza, logo quando a unidade foi inaugurada, em 2008, os
profissionais observaram que havia muitas mães que frequentavam a
unidade e tinham muita dificuldade em amamentar os filhos. A partir daí,
foi desenvolvido um trabalho com as grávidas da comunidade desde
pré-natal para conscientizá-las sobre a importância do leite materno,
inclusive, na redução do número de doenças e até na diminuição da
mortalidade infantil. “As mulheres amamentavam muito pouco. Tinham
muitas dificuldades. Ficavam com os peitos feridos e preferiam desmamar
os filhos precocemente”, disse a médica.
Em 2009, foi criado na unidade um ambulatório especialmente adaptado
para atender as mães com dificuldades em amamentar seus filhos. O local
ganhou o nome de Espaço Mamãe Bebê. “Todos os funcionários do centro de
saúde foram capacitados para acolher as mamães. O treinamento foi
realizado pelo médico Edson de Souza, que é coordenador do Serviço de
Aleitamento Materno do Hospital Sofia Feldman”, lembrou Leda Mendes de
Souza, que afirmou o aumento no índice de mulheres que amamentavam seus
filhos por tempo mais prolongado.
Em 2011, durante uma oficina realizada na Secretaria Municipal de
Saúde (SMSA), surgiu a ideia de o centro de saúde tornar-se uma unidade
coletora de leite materno, pois as mães iam à unidade e jogavam o leite
fora. Todos os funcionários do Centro de Saúde Novo Aarão Reis passaram
então por uma capacitação ministrada por profissionais da Unidade de
Referência Secundária (URS) Saudade, que é um posto de coleta de leite
humano.
O leite recolhido é encaminhado à URS e de lá é enviado à Maternidade
Odete Valadares. “Todas as mulheres que ganham bebês recebem uma visita
domiciliar, até duas semanas após o parto, por residentes de pediatria
do Hospital das Clinicas/UFMG, com a equipe de Saúde da Família e várias
orientações são passadas às mães, inclusive, como o leite materno
colhido deve ser armazenado por elas”, explicou a enfermeira Silvânia
Silva Nunes. “A gente ensina toda a técnica, como higienização para que
não ocorra nenhum perigo de contaminação”, concordou a técnica em
enfermagem Marilea Peres. O Centro de Saúde Novo Aarão Reis é
responsável por 30% do estoque de leite materno colhido nos centro de
saúde da capital e enviados à Maternidade Odete Valadares.
A auxiliar de produção, Simone Conceição Fernandes é mãe de dois
filhos, mas só aprendeu a importância da amamentação materna a partir do
segundo filho, o garotinho Rafael Kerlon, de quatro meses. “O primeiro
filho parou de amamentar com um mês de idade. Comecei a dar mamadeira a
ele, que passou a rejeitar o peito e eu passei a jogar o meu leite fora.
Mas agora é diferente. Vou amamentar o Rafael por muito tempo”, disse.
FONTE : Gerência de Comunicação Social da Secretaria Municipal de Saúde
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