segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Festa para as heroínas que salvam vidas com leite materno

Quem foi ao Centro de Saúde Novo Aarão Reis nesta última quinta-feira, 13, foi surpreendido com o grande número de mães e bebês que estavam no local. Com sorrisos largos, as mulheres ostentavam, radiantes, seus filhos brincalhões nos braços. A aglomeração naquele local era facilmente explicado: uma homenagem dos funcionários da unidade de saúde às mães que, solidariamente, ajudam a salvar as vidas de muitas crianças com a doação de leite materno.

De acordo com a médica de Saúde da Família e Comunidade, Leda Maria Mendes de Souza, logo quando a unidade foi inaugurada, em 2008, os profissionais observaram que havia muitas mães que frequentavam a unidade e tinham muita dificuldade em amamentar os filhos. A partir daí, foi desenvolvido um trabalho com as grávidas da comunidade desde pré-natal para conscientizá-las sobre a importância do leite materno, inclusive, na redução do número de doenças e até na diminuição da mortalidade infantil. “As mulheres amamentavam muito pouco. Tinham muitas dificuldades. Ficavam com os peitos feridos e preferiam desmamar os filhos precocemente”, disse a médica.

Em 2009, foi criado na unidade um ambulatório especialmente adaptado para atender as mães com dificuldades em amamentar seus filhos. O local ganhou o nome de Espaço Mamãe Bebê. “Todos os funcionários do centro de saúde foram capacitados para acolher as mamães. O treinamento foi realizado pelo médico Edson de Souza, que é coordenador do Serviço de Aleitamento Materno do Hospital Sofia Feldman”, lembrou Leda Mendes de Souza, que afirmou o aumento no índice de mulheres que amamentavam seus filhos por tempo mais prolongado.

Em 2011, durante uma oficina realizada na Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), surgiu a ideia de o centro de saúde tornar-se uma unidade coletora de leite materno, pois as mães iam à unidade e jogavam o leite fora. Todos os funcionários do Centro de Saúde Novo Aarão Reis passaram então por uma capacitação ministrada por profissionais da Unidade de Referência Secundária (URS) Saudade, que é um posto de coleta de leite humano.

O leite recolhido é encaminhado à URS e de lá é enviado à Maternidade Odete Valadares. “Todas as mulheres que ganham bebês recebem uma visita domiciliar, até duas semanas após o parto, por residentes de pediatria do Hospital das Clinicas/UFMG, com a equipe de Saúde da Família e várias orientações são passadas às mães, inclusive, como o leite materno colhido deve ser armazenado por elas”, explicou a enfermeira Silvânia Silva Nunes. “A gente ensina toda a técnica, como higienização para que não ocorra nenhum perigo de contaminação”, concordou a técnica em enfermagem Marilea Peres. O Centro de Saúde Novo Aarão Reis é responsável por 30% do estoque de leite materno colhido nos centro de saúde da capital e enviados à Maternidade Odete Valadares.

A auxiliar de produção, Simone Conceição Fernandes é mãe de dois filhos, mas só aprendeu a importância da amamentação materna a partir do segundo filho, o garotinho Rafael Kerlon, de quatro meses. “O primeiro filho parou de amamentar com um mês de idade. Comecei a dar mamadeira a ele, que passou a rejeitar o peito e eu passei a jogar o meu leite fora. Mas agora é diferente. Vou amamentar o Rafael por muito tempo”, disse.
 
 
FONTE : Gerência de Comunicação Social da Secretaria Municipal de Saúde

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