Os belo-horizontinos estão entre os leitores do país que mais
consumem leitura no país, ao lado dos gaúchos de Porto Alegre. O
panorama foi apontado pelo estudo Target Group Index, do Ibope Media,
divulgado nesta semana e que coloca BH como uma das cidades onde mais se
leu nos últimos 30 dias. Em comparação às principais capitais
brasileiras, as populações de Belo Horizonte e Porto Alegre aparecem em
destaque com 41% de pessoas que leram algum livro no último mês, oito
pontos percentuais acima da média brasileira. As duas cidades são
seguidas de Brasília, que aparece no ranking com 37% de pessoas que
mantêm esse hábito.
A Prefeitura de Belo Horizonte colabora com a disseminação da
leitura, investindo em diversos programas. Um exemplo são as suas
diversas bibliotecas espalhadas por toda a cidade em centros culturais e
regionais, além da Biblioteca Pública Infantil e Juvenil, que funciona
no bairro Santo Antônio. Toda a população tem acesso gratuito nesses
espaços a jornais e revistas para leitura local, além de empréstimo de
livros, acesso à internet, oficinas literárias, rodas e clubes de
leitura e encontros com escritores. Veja no final da matéria mais
detalhes sobre os locais e os programas oferecidos pela PBH.
“Ao incentivar o hábito à leitura, a PBH cumpre com o seu papel de
dar acesso à informação e ao conhecimento universal à população. Para
tanto, deve-se ressaltar a importância da manutenção e da qualidade das
ações, dos serviços e dos espaços que promovem as práticas de leitura,
valorizando também os profissionais que atuam como mediadores de
leitura”, disse a coordenadora do Programa de Bibliotecas da Secretaria
Municipal de Educação (Smed), Carolina Teixeira de Paula.
O estudo Target Group Index foi realizado nas regiões metropolitanas
de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte,
Salvador, Recife, Fortaleza, Brasília e em cidades do interior de São
Paulo e das regiões Sul e Sudeste. Ao todo, entre julho de 2011 e agosto
de 2012, foram realizadas 20.736 entrevistas com pessoas de ambos os
sexos das classes AB, C e DE com idades entre 12 e 75 anos. A
representatividade é de 49% da população brasileira entre 12 e 75 anos,
ou 71 milhões de pessoas.
Pontos positivos
A leitura é um hábito que, além de gerar conhecimento, promove o
entretenimento e o relaxamento. É uma atividade recomendada por diversos
profissionais e para diferentes fins e que auxilia no desenvolvimento
cognitivo e na organização das ideias. Nesse sentido, o estudo reforça o
que vemos de forma recorrente nas ruas de BH: estamos lendo mais. Resta
agora saber de quais formas e em quais locais aproveitar essa divertida
atividade que faz bem tanto para o corpo quanto para a mente.
“Ler é um direito do cidadão. A leitura é uma forma de obter
informações, instrução, uma forma de aprender com autonomia e, portanto,
uma forma de conhecer e poder participar mais ativamente da sociedade.
Além disso, é, para muitas pessoas, uma forma de lazer”, pontua a
professora da faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), Carla Coscarelli, autora de cinco livros sobre esse
contexto e sobre a Língua Portuguesa. Ainda segundo a pesquisa, as
mulheres são maioria no grupo de leitores do país, sendo 60% da
população entrevistada. E quando a comparação é em nível de classe
social, a maior parte dos leitores pertencem às classes AB, com 54%, e
os demais correspondem às classes C, com 40%, e classe DE, com 6%. Ao se
focar a escolaridade, os dados mostram, ainda, que 25% dos leitores do
país têm o superior completo, mesmo percentual dos leitores que
completaram o ensino médio. Em contrapartida o índice de leitura fica em
0,3% entre os que não possuem estudos formais ou oficiais.
Estímulo
Para aumentar ainda mais o hábito de ler, foi instituído o Plano
Nacional do Livro e Leitura (PNLL), instituído pelo decreto 7.559, de 1º
de setembro de 2011, que consiste na aplicação de ações voltadas para o
fomento da leitura em âmbito federal. Entre os objetivos estão a
democratização do acesso ao livro, a formação de mediadores para o
incentivo à leitura, a valorização institucional da leitura e o
incremento de seu valor simbólico, além do desenvolvimento da economia
do livro como estímulo à produção intelectual e ao desenvolvimento da
economia nacional.
Segundo Carla Coscarelli, no mundo atual, as crianças já nascem com
frequente contato textual presente em camisetas, outdoors, TV,
computadores e lojas, mas há a necessidade de serem estimuladas para se
tornarem leitores fluentes. “O papel dos pais e da escola é fundamental
na formação do leitor. Normalmente a mãe é uma figura muito importante
nesse processo. São as mães que costumam incentivar os filhos a ler. Se
os pais são leitores, há grandes chances de os filhos também se tornarem
leitores, mas se a leitura não é um hábito daqueles pais, pode ser que
os filhos também não se interessem por essa atividade. Cabe à escola
ampliar o leque de possibilidade de leituras dessas crianças e ajudá-las
a desenvolver estratégias e habilidades de leitura que vão fazer com
que elas se tornem leitoras fluentes e críticas”, conclui.
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